segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sem limites para amar... (Parte 2)

Com os assassinos dos homossexuais na cadeia, Livi teve reportagens pequenas, sem grande repercussão.
Eu continuava encontrando Livi e Laura na boate. Certa vez, Livi e eu nos encontramos no banheiro.
- Oi, Livi!
Como sempre, ela não me olhou e disse apenas um oi. Antes que ela saísse, eu impedi sua passagem e falei:
- Você continua com esse ar de menina mimada, arrogante, como se os outros estivessem abaixo de você.
- Deixe-me passar.
- Não, antes de me olhar nos olhos e dizer: Oi, Jack.
- Com licença.
Eu sorri e falei:
- Darei licença depois que fizer o que eu pedi.
- Oi, Jack.
- Não me olhou nos olhos, Livi.
- Você é muito chata. Mas já deve saber disso, claro!
- Sabe... Você e eu estamos tão perto uma da outra... Como daquela vez que eu beijei você. Lembra? Acho que vou te beijar de novo, assim, ficarei satisfeita por você não atender ao meu pedido.
- Não se atreva!
- Depende de você. Olhe em meus olhos, agora quero um sorriso e diga: Oi, Jack.
Ela me empurrou, tentando sair, mas eu a segurei, a prendi contra a parede e a beijei.
Ela lutava, tentando se livrar de mim, mas depois, se entregava e me beijava. O beijo dela era excitante!
Imaginando que quando eu parasse de beijá-la, ela iria me esbofetear, segurei seus braços.
- Hmmm! Livi... Seu beijo me deixa... Tonta!
Ela me olhava nos olhos. Finalmente! Senti sua respiração ofegante, seus olhos estavam semi abertos e sua boca parecia me pedir para que eu a beijasse de novo. E beijei!
Enquanto a beijava, ouvi seu gemido. Seu corpo começou a tremer e eu, querendo continuar com esse beijo, e querendo que ela desejasse que eu continuasse, passei a mão por suas costas lentamente, subindo e descendo.
Encostei de leve minha mão em um de seus seios, apenas passeando, explorando aquele corpo de mulher.
E cada vez que minha mão a tocava, ela gemia e tremia ainda mais!
Quando parei, ficamos nos olhando por alguns instantes, então ela falou com a voz rouca:
- Preciso ir.
- Agora você pode ir! Ou não! Quer mesmo ir?
Eu sorri.
- Sim, tenho que ir. Laura me espera. Ela está no carro, vamos embora.
- Está bem. Boa noite, Livi.
- Boa noite, Jack. Ela saiu e eu me encostei na parede. Caramba! Essa mulher é demais! E eu também, claro! Acho que eu estava começando a domar a fera.
Na segunda-feira, Livi me cumprimentou como sempre fazia: friamente. Não me importei, ela deveria estar com raiva, afinal, eu a tomei pra mim, e ela gostou! Ela sabe que gostou.
Por volta das 15 horas, o chefe nos chamou à sua sala.
- Vocês vão viajar.
- Viajar pra onde? Por que? – Perguntou Livi.
- Vocês não leem os jornais, não assistem TV, não entram na Internet? Não estão sabendo o que está acontecendo no Rio Grande do Sul?
- Estou sabendo, claro! O que eu não entendi é porque temos que ir pra lá.
- Porque quero vocês duas nessa reportagem.
- E nossos jornalistas de lá? Por que não fala com eles?
- Livi, você se lembra de Carlos Eduardo? Aquele menino que morava na rua detrás de nossa casa, que se formou em Direito e sempre te pedia em casamento?
- Lembro, mas o que...
- Ele é Delegado da Polícia Federal no Sul. E é ele quem está nesse caso. Não acredito que você não sabia, Livi!
- Caramba! Eu vi a reportagem, mas nem me liguei que era ele. Cadu! Era como o chamávamos.
- Lucas e Anita estão tentando de todas as formas possíveis se aproximar dele, mas é inútil. Ele é durão, não abre nada pra ninguém, não uma abertura. Preciso de você lá, Livi. De vocês duas. E já comprei as passagens, Vocês embarcam esta noite. Algum problema pra você, Jack?
- Não, chefe! Sem problema.
- Ótimo! Então vão pra casa e arrumem suas malas. Vou mandar levá-las ao aeroporto.
- Você não vai perguntar pra mim se há algum problema?
- Não, Livi! Sei que não há.
- Odeio quando faz isso!
Livi levantou-se da cadeira e saiu batendo os pés.
- E aí, Jack? Como andam as coisas entre você e minha filha?
- Indo bem, chefe. Estou tentando conhecê-la melhor, para saber como agir.
- Muito bem! Gosto disso! Mas tenha cuidado com ela! Livi é esperta, e sabe ser dura quando quer.
- É, eu já percebi. Mas devagar eu chego lá. Sorrimos. Saí, indo direto para casa arrumar minha bagagem.
Livi e eu estávamos no hotel, em Porto Alegre. O pai dela já havia feito reservas e nos colocou no mesmo quarto, com camas de solteiro.
- Senhor, parece que não está entendendo. Eu quero um quarto só pra mim, não quero dividi-lo.
- Desculpe-me, senhorita, mas as reservas foram feitas assim, um quarto para duas pessoas, e no momento, não tenho quartos disponíveis. O que posso tentar fazer é avisá-la quando um quarto for desocupado. Pretende ficar quantos dias?
- Não sei quantos dias, mas quero um quarto só pra mim, e agora.
- Sinto muito, mas não poderei ajudá-la.
Livi resmungou, bufou, blasfemou... Que mulher teimosa! Mimada!
Depois de entender que teria que dormir no mesmo quarto que eu, finalmente, nos hospedamos.
Assim que entrou no quarto, Livi telefonou para seu pai e... Resmungou, bufou, blasfemou... Depois ligou para Laura.
- Sim. Amanhã mesmo vou procurar Cadu... Claro! Não se preocupe!... Sim... Está bem... Ta... Já entendi... Ta bom... Outro.
Logo depois de desligar o telefone, Livi entrou no banheiro com algumas coisas, tomou banho, e saiu do quarto, sem me olhar, sem falar comigo, como se estivesse sozinha.
Também tomei um banho e fui para o restaurante. Livi estava a uma mesa e me aproximei.
- Posso me sentar aqui?
- Não.
E sentei. Ela me olhou com raiva.
- Se você tinha a intenção de se sentar, por que perguntou se podia?
Ignorei.
- Quais os planos para amanhã?
- Logo cedo vou ligar para Cadu e marcar de irmos falar com ele.
- E se ele não puder ou não quiser te atender?
- Ele vai poder. Ele vai querer.
- Se você está falando.
Livi não disse mais nada. Terminou de jantar e saiu, em direção ao quarto. Fui em seguida.
Quando entrei, ela estava deitada, e parecia dormir. Troquei de roupa e dormi também.
Acordei antes de Livi. Levantei, e a vi descoberta. Nossa! Ela era linda! Dormindo, parecia um anjo, não aquele furacão de mulher, arrogante e mal humorada. Com cuidado para que ela não acordasse, eu a cobri.
Tomei banho. Quando saí do banheiro, Livi havia acordado e já estava falando com alguém ao telefone.
- A senhora não está me ouvindo? É só dizer que é Livi e ele saberá... Senhora, por favor, faça o que estou pedindo... Se fizer o que... Droga!
- Bom dia pra você também.
- Não me enche!
- Qual o motivo do mau humor tão cedo?
- A idiota da secretária de Cadu não quis me passar pra ele e nem dizer que era eu ao telefone. Ela falou que eu deveria marcar uma hora. Veja só! Eu? Marcar uma hora para ser atendida? E ainda desligou na minha cara! Droga!
Ela entrou no banheiro... Resmungando.
Tomamos o café da manhã e fomos para a Delegacia tentar encontrar Cadu.
- Bom dia! Pois não!
- Bom dia! Meu nome é Livi, quero falar com Cadu, digo, Delegado Carlos Eduardo.
- Ah! A senhora é a do telefonema hoje cedo, não é? Conseguiu marcar hora com ele?
- Não. Mas como falei mais cedo, é só avisar que estou aqui e ele me atenderá.
- Infelizmente não será possível. Doutor Carlos Eduardo não está atendendo ninguém sem hora marcada. Recebi ordens expressas quanto a isso. Desculpe-me, mas...
- É Dona... Qual o seu nome?
- Lúcia.
- Dona Lúcia... É o seguinte, eu e Cadu... Carlos Eduardo, fomos vizinhos, amigos de infância e estudamos juntos no colégio. Eu adoraria fazer uma surpresa pra ele. Por favor, pegue o seu telefone e diga que Livi, amiga dele está aqui. Não custa nada! Se ele disser que não vai me atender, marco horário com ele, e vou embora.
A mulher entortou o nariz e fez o que Livi pediu.
- A senhora pode entrar.
- Viu? Eu falei!
Livi sorriu vitoriosa.
- Livi! É você mesma! Não acredito! Quanto tempo! Você está mais linda do que sempre!
Eles se abraçaram.
- Como vai, Cadu?
- Estou bem, agora melhor, vendo você. Como você está? E seu pai? Ainda tocando aquele Jornal?
- Estamos bem. Sim, meu pai não vai deixar aquele Jornal nunca!
- O que faz por aqui? Está a passeio? Ou...
Ele me olhou.
- Ah! Não! Desculpe, nem apresentei vocês. Cadu, esta á Jackeline, minha fotógrafa.
“Minha?”
- Como está, Jackeline? Seja bem vinda ao Rio Grande do Sul, tchê!
- É um prazer conhecê-lo, Delegado. Obrigada.
- Vocês querem um café, água, suco, chimarrão?
- Um café, por favor.
Ele ligou para a secretária e logo ela entrou com os cafés.
- Mas me conte, Livi! Por que está aqui?
- A trabalho. Na verdade, vim fazer uma reportagem... Com você.
- Comigo?
- Sim! Sobre o caso que está investigando.
- Ah, Livi! Sobre isso não posso falar nada...
- Por favor, Cadu! Sei que você está evitando conversar com os Jornalistas, mas as pessoas precisam ser informadas. É muito estranho tanta gente morrendo sem uma explicação.
- Eu sei disso, mas...
- Olha... Você não precisa me dar detalhes, mas me dê alguma coisa que seja esclarecedor, algo que eu possa publicar. Por favor!
- Não faça esse sorriso! Isso é covardia!
- Por favor, Cadu!
Ele se levantou da cadeira e ficou alguns minutos andando de um lado para o outro. Então, se sentou de novo.
- Livi, vou te contar o que está acontecendo, mas você tem que me prometer que não vai publicar tudo, pois, isso pode atrapalhar as investigações.
- Eu prometo! Será exclusiva, não é?
- Claro! Só pra você!
- Bom...
E ele contou tudo! Dois juízes, uma promotora, 3 policiais, uma garçonete e uma família inteira... Todos mortos por um grupo de extermínio. O líder do grupo era comandado por um político muito importante. Todos morreram por saberem demais.
Cadu sabia o nome do político, mas não revelou. A única coisa que ele disse, era que o político estava envolvido com tráfico de drogas, prostituição, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, tráfico humano. Pegá-lo seria muito difícil, mas Cadu estava reunindo provas para que ele fosse denunciado o mais rápido possível.
Em questão de dias, o líder do grupo estaria preso, confirmou o Delegado.
- Que sujeira!
- Bota sujeira nisso, Livi! Eles são perigosos. Sei que tem mais gente na lista para morrer. Eu sou um deles.
- Você? Mas... Por que não se afasta do cargo até que o líder seja preso?
- Não vou fazer isso! Agora é uma questão de honra prender esses criminosos. Eles ameaçaram a minha família! Eu me casei e tenho 2 lindas filhas. As mandei para bem longe daqui, até que eu possa resolver e acabar com este caso.
Cadu mostrou um porta-retratos com as fotos da família.
- Sua família é linda, Cadu! Parabéns! Diga-me! Você teria foto dos assassinos? Do líder?
- Tenho sim e isso você pode publicar.
- Posso? Mesmo?
- Sim!
- O que eu posso e não posso publicar sobre o que você acaba de me contar?
- Você pode publicar tudo o que te contei, inclusive sobre as ameaças a mim e à minha família.
- Vou fazer o seguinte: vou à redação da nossa filial aqui em Porto Alegre, vou editar e te mostro para que você aprove. O que acha?
- Perfeito! Obrigado, Livi! Podemos jantar hoje à noite e você me mostra.
- Combinado! A que horas pode me pegar no hotel?
- Às 20 horas... Está bem para você?
- Sim! Podemos jantar no hotel, se preferir.
- Claro que não! Vou te levar à melhor churrascaria deste país!
Livi sorriu! Seu sorriso era tão raro! E tão lindo!
Livi e eu nos despedimos de Cadu e fomos direto para a redação do Jornal.
À noite, pontualmente, Cadu foi nos buscar. Ele tinha razão! A churrascaria era a melhor que eu já tinha ido.
Cadu leu o artigo de Livi e corrigiu algumas coisas, retirando informações que não poderiam ser divulgadas.
Após o jantar, estávamos entrando no carro de Cadu, quando ouvimos tiros.
- Entrem no carro, e se abaixem!
- Meu Deus! O que é isso?
- Entre, Livi! Aconteça o que acontecer, não se levante!
Começou um tiroteio. Estavam nos atacando! Quer dizer, estavam atacando Cadu, mas atiravam em mim e em Livi também.
Eu estava com minha câmera e resolvi sair do carro para fotografar.
- Aonde você vai? Ficou louca?
- Preciso fotografar isso, Livi! Vai dar um grande furo!
- Não! Ouviu o que ele falou! Fiquei aqui!
- Eu já volto. Fique abaixada e não saia.
Saí do carro, me abaixando para não levar tiros. Fiquei atrás do carro, onde eu teria uma ótima visão de tudo que estava acontecendo.
De repente, começaram a chegar várias viaturas da polícia. Eu fotografei tudo! E o tiroteio continuava.
Cadu havia se afastado do carro. Achei que fosse para nos proteger. Ele pegou um dos atiradores e vi quando ele caiu ao chão. Fui andando abaixada, entre um carro e outro, até chegar ao bandido. Ele parecia morto. Fotografei o desgraçado.
- Você vai ficar famoso! Aqui e no inferno!
Depois de mais alguns minutos, que pareceram horas, o tiroteio acabou. Todos os atiradores foram mortos. Infelizmente, um policial saiu ferido.
- Garota... Mas o que você está fazendo fora do carro?
- Precisava fotografar, não podia perder essa.
- Onde está Livi?
- No carro.
Fomos para o carro.
- Livi? Você está bem? – Perguntou Cadu. – Pode se levantar agora.
Ela não se mexeu.
- Livi? Você está machucada?
Cadu a levantou e Livi estava chorando, assustada, paralisada e... Ferida. Cadu correu para um hospital. Ela havia recebido um tiro no ombro, de raspão. Ela estava aterrorizada, em choque. O médico veio falar conosco.
- Ela está bem, não foi nada grave. Ficará aqui esta noite, apenas para observação. Ela foi sedada, pois, está muito assustada.
Enquanto o médico falava com Cadu, entrei no quarto. Livi estava dormindo. Meu Deus! Como ela é linda!
Decidi passar a noite com ela no hospital, mas antes, peguei o artigo que Cadu tinha revisado e levei para a redação do Jornal. Usei um dos computadores para redigir a matéria conforme correção, passei as fotos para o computador, as editei, e entreguei tudo para o redator chefe, que já estava sabendo sobre o artigo que Livi entregaria esta noite. A reportagem estaria estampada na capa do dia seguinte, juntamente com as fotos do tiroteio. Voltei ao hospital e Livi ainda dormia. Sentei-me em uma poltrona, no quarto dela, e dormi.
- Hei! Acorda! Jack? Acorda!
- Livi? Você está bem?
- Estou ótima! Vamos! Temos que ir à redação do Jornal agora. Levante-se!
- Você teve alta?
- Não.
- Então...
- Então nada. Levante agora e vamos sair daqui.
Caramba! Depois de tudo que aconteceu com ela, como poderia estar tão animada? Bom, pelo menos ela parecia estar bem.
Chegamos ao Jornal e ela começou a dar ordens pra todo mundo.
- Tenha calma, Livi! Você ainda não sabe?
- Não sei o que?
O Editor Chefe lhe mostrou a matéria na primeira página do jornal.
- Mas... O que? Como?
Livi me olhou.
- Você tem alguma coisa a ver com isso?
- Sim. Trouxe ontem à noite, enquanto você dormia.
Livi leu a matéria, viu as fotos e, finalmente, se dirigindo ao Editor, falou:
- Ficou ótima! Tentarei trazer mais, ainda hoje.
- Como você está, Livi? Jack me disse que você foi baleada, e que estava...
- Estou bem. Obrigada.
Livi saiu pela porta da sala do Editor, sem se despedir. Fui atrás dela.
Fomos para o hotel e ao chegarmos, fomos surpreendidas por uma visita inesperada.
- Laura? O que faz aqui?
Laura a abraçou.
- Você está bem? Falei com Cadu e ele me disse que você havia levado um tiro, não sabe a preocupação que senti, tive que vir, Livi.
- Não precisava vir, eu estou bem.
- Não está contente em me ver?
- Estou, claro! Mas não tinha necessidade.
Fomos para o quarto, depois que Laura e eu nos cumprimentamos. Livi tomou banho, enquanto eu contava à Laura o que havia acontecido na noite anterior.
Depois que Livi saiu do banho, eu entrei. Não estava em meus planos a inesperada visita de Laura, e esperava que ela fosse embora logo.
Almoçamos no hotel e Livi disse que teria que voltar à Delegacia para falar com Cadu.
- O que não entendi, é por que um Delegado Federal está cuidando deste caso? Pelo que sei, é um caso comum de assassinatos, extermínio, execuções.
- Você não leu os jornais hoje, não é?
- Não, Livi. Saí do aeroporto direto para o seu hotel e só falei com Cadu sobre você, não sobre o caso.
Livi contou a Laura tudo o que Cadu havia lhe dito.
- Livi... Você precisa tomar muito cuidado. Este não é um caso como os outros, há jogo de interesses, poderosos envolvidos, é muito perigoso.
- Eu sei, Laura. Não quero que se preocupe, estarei bem, e creio que amanhã mesmo devo voltar para casa.
- Por favor, amor, tenha cuidado. Adoraria passar a noite com você.
- Não vai ficar?
- Não. Depois do almoço vou voltar, tenho que trabalhar.
- Está bem. Espero que amanhã possamos nos ver.
- Eu também. Sinto sua falta, estou louca para...
Laura fala ao ouvido de Livi, que sorri.
Por volta das 16 horas Laura embarcou. Ufa!
Quando chegamos à delegacia, Cadu deu uma bronca em Livi por ela ter fugido do hospital. Alguns dos atiradores foram mortos e identificados. Cadu passou os nomes para Livi. Voltamos ao Jornal, e lá se foi mais uma matéria de primeira página, como Livi gostava.
Dois dos atiradores mortos, eram empregados de um Senador da República, e Livi não se intimidou em escrever isso no artigo publicado no jornal.
No dia seguinte, Livi e eu nos despedimos de Cadu, que prometeu nos deixar a par do caso, e de dar todas as informações a Livi, em primeira mão.
Chegamos em nossa cidade na hora do almoço, e fomos direto para o Jornal. Livi contou tudo ao pai, que já sabia, claro!
- Vocês fizeram um ótimo trabalho! Estão dispensadas por hoje.
- Ah, que bom! Vou para casa descansar. – Disse Livi.
Livi e eu saímos da sala do chefe, indo cada uma para a sua mesa. Antes de ir para casa, resolvi passar as fotos para o meu laptop.
- Oi! Tudo bem?
- Oi!
Era uma linda jovem! Negra, com grandes olhos negros e um sorriso encantador!
- Meu nome é Marcela. Sou a nova Estagiária.
- Como vai, Marcela? Seja bem vinda!
- Obrigada! Eu conheço você.
- Conhece? Posso saber de onde?
- Claro! Da boate. Já te vi lá algumas vezes.
Hmmm! Da boate? Bom, se ela não faz parte do “S” de GLS, isso quer dizer que...
- Sério? E como nunca te vi? Uma mulher como você, além de chamar a atenção, é inesquecível.
Ela deu um sorriso tímido.
Ficamos conversando, e percebi que Livi nos olhava. Eu a olhei e sorri para ela. Livi não sorriu, balançou os lindos cabelos negros e saiu.
Marcela e eu combinamos de nos encontrar na boate, na próxima sexta-feira.
Voltei para casa, e me joguei na cama. Estava exausta. Dormi rapidamente.
No Jornal não havia nenhuma matéria interessante, algo que pudesse ser chamado de um grande furo. Livi publicou a matéria do Rio Grande do Sul, com alguns detalhes não incluídos jornal de lá.
Durante dois dias, antes de nosso encontro, Marcela e eu sempre conversávamos e, almoçamos juntas. Ela era uma garota muito inteligente, divertida e... Sensual. Uma das vezes em que conversávamos, Livi se aproximou.
- Vocês não tem nada para fazer?
- Por enquanto não. Precisa de alguma coisa, Livi?
- Não preciso de nada. Apenas acho que este é um local de trabalho e não de jogar conversa fora.
- Desculpe! Estou saindo. – Disse Marcela, voltando á sua mesa.
- Ficou com ciúmes, Livi?
- Quem? Eu? Ciúmes de quem?
- De mim, claro!
- Ora! Faça-me o favor! Ciúmes de você? Está delirando!
- Está bem. Se você diz.
Sorri para Livi, que saiu em direção ao banheiro. Eu a segui. Havia uma porta principal, e alguma cabines com vasos sanitários. Vi se havia mais alguém nas cabines. Ninguém, além de Livi. Então tranquei a porta principal.
Quando Livi saiu da cabine, eu a estava esperando à porta.
- Meu Deus! Você me assustou!
Não falei nada. A puxei pela cintura e a beijei, na boca, claro! Como sempre ela fazia, lutou, mas depois se entregou ao beijo.
Com uma das mãos, eu a apertava contra meu corpo, e a outra, passava em suas costas, fazendo-a tremer. Sentia seu corpo tremendo junto ao meu, ouvia sua respiração ofegante.
Parei de beijá-la, e a vi com os olhos fechados. Sussurrando, ela falou:
- Pare, por favor!
- Por que? Está tão bom!
- Eu sei... Quer dizer... Pare.
- Não.
E a beijei novamente. Ela estava de saia, sem meias. Passei minha mão por suas pernas, subindo e descendo, devagar. Que pele macia! A encostei na parede, para evitar que ela tentasse fugir de mim, e beijei seu pescoço, sua boca, e de novo o pescoço, e desci para os seus seios, que estavam ali, num decote provocante, pedindo para que eu os tocasse.
- Não... Pare...
Ignorei seus apelos, porque eu sabia que o seu “não”, na verdade, era “sim”.
Eu a tomaria ali, se...
- Tem alguém aí? Abra, por favor!
- Droga! – Falei irritada.
Nos recompomos. Livi entrou em uma das cabines e eu abri a porta principal.
- Desculpe, acho que tranquei sem querer. Força do hábito.
- Tudo bem.
Era uma das funcionárias, a secretária do chefe. Acho que ela não percebeu nada.
Voltei para a minha mesa, e vi quando Livi passou por mim, sem me dirigir o olhar.
Sexta-feira, boate, 22h40m.
- Oi, Jack!
- Oi, Marcela!
Dançamos, bebemos, sentamos, conversamos e... Marcela não parava de se insinuar pra mim. Eu estava ficando... Louca de tesão!
Ela dançava sensualmente, se esfregando em meu corpo, passando sua língua em seus lábios, e me olhando com um olhar de... Tarada! Quem mandou me provocar? Na pista de dança, puxei a garota e a beijei.
Peguei Marcela, e a levei para o “dark room”. São aquelas salas escuras, reservadas, para quem quer privacidade.
Encostei a garota na parede e a beijei, beijei seu corpo inteiro. Toquei com minhas mãos os seios fartos, a pele negra, lisa, cheirosa, deliciosa!
- Por favor, Jack. Vamos sair daqui!
- Nem pensar! Você me provocou, agora...
- Estou dizendo para irmos para outro lugar, para a sua casa, ou a minha, ou um motel... Vamos, por favor, não estou mais aguentando.
- Claro, minha negra linda!
Saímos e fomos para o motel mais próximo.
Ela estava louca, queria tirar as nossas roupas rapidamente, mas a fiz parar.
- Calma garota! Vou te mostrar como se faz.
Delicadamente, a deitei na cama, e lentamente, fui tirando suas roupas. A blusa, a saia, o sutiã, a calcinha...
- Vem, Jack! Por favor!
Comecei lhe dando um beijo na boca. Depois, mordi de leve sua orelha, beijei seu pescoço e fui descendo, devagar. Deliciei-me naqueles seios fartos. Passei minha língua por sua barriga, mordisquei sua cintura e continuei descendo. Marcela gemia, gritava, e implorava para que eu a tomasse.
- Ah, Jack! Que gostoso! Faz mais... Mais!
Com a minha língua, toquei sua parte íntima, que estava quente e molhada. Marcela delirava de prazer. E eu também! Ela estava me deixando louca com seus gemidos. E gritou de prazer, quando a fiz gozar na minha boca. E depois, a penetrei com meus dedos.
- Ai, Jack! Que delícia! Nunca ninguém me tocou assim! Ah!
Fizemos amor durante horas. Nos tocamos, gozamos e dormimos, abraçadas.
Ao amanhecer, tomamos banho, café da manhã, e a levei para a sua casa.
- Vamos nos ver hoje de novo, não é?
- Não sei, Marcela. Mais tarde nos falamos, ok?
- Por favor! Eu quero te ver.
- Eu telefono pra você. Cheguei em casa, tomei outro banho, e me deitei, lembrando daquela mulher linda e gostosa! É! Foi uma ótima noite! E em breve, eu teria uma noite dessas com Livi.
Não saí no sábado e nem no domingo. Como havia prometido, telefonei para Marcela e avisei que ficaria em casa. Ela insistiu para que saíssemos, pediu para que eu fosse para a sua casa, queria ir até meu apartamento, mas eu precisava descansar, e por fim, ela acabou entendendo.
Segunda-feira, no Jornal, logo que cheguei, Marcela veio falar comigo.
- Oi, amor! Saudades de você!
Amor?
- Oi, Marcela!
- Como foi seu final de semana? Não me traiu, não é?
- Passei o final de semana dormindo, assistindo filmes, descansando.
- Sozinha, espero!
Ah, não! Não quero essa garota no meu pé.
- Sim, sozinha.
- Ótimo! Quero saber quando vamos ter outra noite daquelas.
- Não sei. Vamos marcar, ok?
- Vamos, claro! Hoje?
- Hoje? Hoje... Talvez...
- Vocês parecem ter sempre muito assunto, não é?
- Bom dia, Livi!
- Bom dia, Jack. O chefe quer falar conosco.
Livi saiu para a sala do chefe, e eu fui em seguida.
- Bom dia, chefe!
- Bom dia, Jack! Livi tem algo para dizer. Pode falar, Livi.
- Cadu me telefonou hoje mais cedo. Prenderam o Senador.
- Prenderam? Caramba! Como ele conseguiu prender um Senador?
- Vamos para Porto Alegre de novo. Já telefonei para Cadu, ele nos espera.
- Vamos quando?
- Daqui a pouco temos que ir para o aeroporto.
- Está bem. Preciso ir em casa para pegar algumas coisas.
- Livi já está com a bagagem. Vocês vão sair daqui com o motorista, ele passará em sua casa, você pega suas coisas e já vão para o aeroporto.
- Está bem, chefe!
Tudo foi muito rápido. Assim que chegamos a Porto Alegre, fomos direto para a delegacia. Cadu nos recebeu e nos levou para a cela onde o Senador estava preso.
- Boa tarde, Senador. Sou Jornalista, meu nome é Lívia, trabalho no Jornal... Posso lhe fazer algumas perguntas?
- Não tenho nada a declarar, apenas que estão cometendo uma grande injustiça.
- Por favor, Senador! Existem muitas provas contra o senhor. Testemunhas, inclusive. Injustiça foi o que o senhor mandou fazer com todos aqueles promotores, juízes, policiais, e com tantas pessoas inocentes.
- Qual é o seu nome mesmo?
- Lívia.
- Senhorita Lívia, tudo isso é uma grande calúnia, um jogo político de meus adversários. Logo que tudo isso for esclarecido, vou querer um pedido de desculpas por escrito e em rede nacional.
- O senhor está tentando me dizer que é inocente?
- Sou inocente. E tenho imunidade parlamentar, não podem me deixar preso.
- Pelo que sei, o senhor ainda não está preso, está detido para averiguação.
- Estou em uma cela... Isso, pelo que sei, é estar preso, não é senhorita?
- Sim. Mas é o que o senhor merece, depois de todo o mal que fez. Por que não me conta como foi que o senhor chegou ao Senado, sendo um criminoso?
- Senhorita Lívia, vou relevar seu comentário abusivo, e repito: não tenho nada a declarar, apenas que estão cometendo uma grande injustiça. E para o seu próprio bem, não se meta em um assunto que não lhe diz respeito. Pode ser muito perigoso.
- Está me ameaçando, Senador?
- Não! Claro que não! Mas lembrei quem você é. Fez uma reportagem falando de mim, me acusando dos assassinatos. Sei que levou um tiro, não foi, senhorita Lívia?
- Foi sim, Senador. Sabe, porque foi o senhor quem mandou matar o Delegado Carlos Eduardo, e infelizmente para o senhor, estamos vivos.
- Minha jovem, você está equivocada a meu respeito. E seria melhor não publicar nada sobre mim em seu jornaleco de quinta categoria.
- É mesmo? E se eu publicar, o que vai fazer? Mandar me matar também?
- Livi, venha comigo. – Falou Cadu, tirando Livi da cela.
- Você está louca? Não sabe o que esse homem é capaz de fazer quando se vê acuado. Você o está provocando.
- Ele me ameaçou, vocês viram!
- Sim! E não a deixarei mais falar com ele. Não, enquanto ele não perder a imunidade parlamentar. Ele é poderoso, Livi! E perigoso.
- E você acha que ele vai perder a imunidade? Acha mesmo que ele será preso? Pelo amor de Deus, Cadu! Estamos no Brasil! E quero conseguir uma matéria, enquanto ele está aqui, porque depois, será impossível.
- Livi, ele não dirá nada.
- Eu o estava provocando mesmo, e sentia que ele ia dizer algo que o comprometesse. Você não deveria ter me tirado de lá. Quero voltar.
- Não vai voltar.
- Mas Cadu...
- Não, Livi! Não vou deixar que corra perigo.
- Você me chamou aqui pra que então?
- Para você fazer a sua reportagem, não para arriscar a sua vida. Não gostei do jeito que ele falou com você, nem do olhar dele. E não insista. Vá para o hotel, se houver alguma novidade, eu te aviso.
- Cadu...
- Não, Livi.
Livi e eu fomos para o hotel. Ela resmungou durante todo o trajeto. Ao chegarmos, havia apenas um quarto reservado para nós duas. E Livi resmungou, xingou, blasfemou.
Entramos no quarto, Livi foi ao banheiro e eu, a esperei sair. Assim que ela saiu, eu a puxei e a beijei.
- Solte-me, Jack!
- Não. Quero terminar o que começamos naquele dia, no banheiro do Jornal.
- Não!
Este não estava diferente dos outros. Tentei beijá-la novamente e ela me empurrou.
- Não se aproxime de mim. Não me toque.
- Por que não? Você gosta tanto quanto eu.
- Engano seu.
- Engano meu? – Fui me aproximando devagar e ela andando para trás.
- Pare, Jack.
- Livi, quero você! E sei que você me quer também.
- Não quero nada de você.
Continuei andando em sua direção e... Ela estava exatamente onde eu queria que ela estivesse. Contra a parede, acuada.
Beijei seu pescoço.
- Pare. – Disse ela, com uma voz rouca. Mas não me empurrou.
Continuei beijando seu pescoço. Minhas mãos passearam por seu corpo. Toquei seus cabelos, seu rosto, suas costas, e senti que Livi estava tremendo. Então, fui para suas pernas, subindo e descendo, devagar. Livi gemeu. Seu decote ousado me convidou a tocar seus seios com meus lábios e depois com minha língua. Ela suspirou. Percebendo que eu a havia dominado, beijei sua boca com um desejo incontrolável e ela correspondeu, me abraçando. Fomos para a cama, ainda nos beijando.
Tirei sua roupa, devagar. Seu vestido, seu sutiã, sua calcinha. Hmmm! Que mulher cheirosa! Gostosa! Como eu a desejava! Nunca tinha desejado mulher alguma como eu desejava Livi.
Ela tirou minha roupa, e me deitei sobre ela, beijando seu corpo inteiro. Ela abriu suas pernas, me convidando para tocar-lhe em sua parte íntima. Minha língua a fez delirar. Ela soltou um gemido rouco, sensual, excitante!
Depois de gozar com minha língua, ela virou-se de bruços, e pediu que eu a penetrasse.
- Vem, Jack!
Eu fui! Nossa! Que mulher atrevida!
Enquanto a penetrava, ela mexia, e rebolava, e gemia! Aquilo estava me deixando maluca! Apertei suas nádegas, suas coxas, e ela mexia ainda mais, subia, e descia, e gemia...
- Ah, Jack! Não pára, por favor!
Agora é “não pára”! Eu sorri. Não vou parar, mulher deliciosa!
E ela gozou! Ela me tocou de uma forma que mulher alguma tinha me tocado, me fez gozar diversas vezes. Quanto prazer em uma só mulher!
Continuamos nosso amor no chuveiro. Ela colocou suas mãos na parede, e ficou de costas pra mim.
- Vem, Jack! Vem!
Ela estava entregue a mim, totalmente! Peguei em seus seios, rocei em suas nádegas, com uma das mãos, usei os dedos para tocar em seu clitóris, e com a outra mão, usando os dedos, a penetrei. Eu queria ter mais mãos para poder tocar-lhe inteira. Ela mexia tão gostoso! Gemia tão gostoso! Um gemido rouco, suave, inebriante!
Depois do gozo, me colou na parede e fez o mesmo comigo. Mas finalizou com sua língua por todo o meu corpo e eu gozei, gozei deliciosamente. 
Nuas, nos deitamos na cama e dormimos, abraçadas, coladas uma a outra.

CONTINUA...


RM

"Qualquer semelhança com nomes e acontecimentos, terá sido mera coincidência. Não são fatos reais”.

2 comentários:

  1. Putz, que história maravilhosa!!!!! Ler e imaginar o que está sendo lido é como um filme imaginário.
    Aliás, essa história daria um filme maravilhoso!!!!!!
    que tal essa história virar um roteiro para filme?
    fica aí minha sugestão.
    e por favor,rsrsrs, não me matem de curiosidade,rsrs...qual será o final?quando será o final?rsrsrs

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  2. Oi,RM!
    Passando bem rápido para dar notícias (repouso) e postar aqui minha opinião sobre esta "Estória!
    Belíssima fusão de interesse, ou seja, ambas desejavam mas, uma era resistente.
    Estória indiscutivelmente excitante.
    Para algumas, apenas fantasia, excitação, o poder da conquista mas, na verdade é uma belíssima escrita...é notável!
    A meu ver, uma excelência na arte de escrever e assim....deixo meu aplauso para a criadora desta escrita (ainda por terminar)que simplesmente retrata a vontade de n mulheres que é: A dominância negada mas....desejada.
    Enfim, irei descansar.
    Abraços Escritora.

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