sábado, 31 de julho de 2010

Sem limites para amar... (Parte 3)

- Bom dia, Livi! Livi?
Levantei e notei que Livi não estava na cama. Ouvi o barulho do chuveiro. Ao tentar abrir a porta do banheiro, estava trancada. Não insisti.
Sentei-me à cama e liguei a televisão.
- “Ontem à noite, o Senador “......”, que havia sido preso por causa de graves acusações, foi solto. Seus advogados usaram a imunidade parlamentar a que tem direito. O Delegado Carlos Eduardo, que efetuou a prisão do Senador, não quis dar entrevista...”
- Desgraçado! Eu sabia que ele seria solto! Agora não vou conseguir entrevistá-lo. Cadu não deveria ter me tirado de lá.
Falou Livi, saindo do banheiro. Ela estava muito irritada.
- Livi, nós sabíamos que isso ia acontecer. Inclusive, não sei como Cadu conseguiu prender o Senador. Os políticos nunca são presos, nem punidos, se aproveitam da impunidade que impera neste país.
- Vamos à delegacia, quero falar com Cadu.
Tomei banho, descemos para o café da manhã, e saímos em direção à delegacia.
Lá, Cadu confirmou o que já sabíamos. Deu uma entrevista a Livi, sem muitos detalhes, e não contou qual seria sua próxima estratégia para prender novamente o Senador, sem que este foi solto novamente.
Cadu nos convidou para jantar em sua casa, pois, ele queria apresentar sua mulher e filhas para Livi.
- Mas elas não estavam viajando?
- Elas vieram me ver. Minha esposa disse que as meninas estavam sentindo minha falta, mas amanhã elas voltarão para o lugar onde estavam, não quero arriscar.
O jantar foi agradável. A esposa de Cadu era muito bonita e simpática. As filhas eram lindas e muito educadas.
Após o jantar, conversamos sobre o caso de Cadu, o Senador, e as mortes que estavam ocorrendo. Cadu não gostava de falar sobre isso com a família, mas sua esposa insistia em saber quando isso terminaria, porque queria voltar para casa com suas filhas e ficar com seu marido. As meninas já estavam dormindo.
Livi e eu nos despedimos de Cadu e de sua mulher, e saímos para pegar o carro que havíamos alugado. Livi foi direto para o lado do motorista.
- Você não vai dirigir, Livi.
- Claro que vou!
- Não, não vai. Você bebeu e eu não, portanto, quem dirige sou eu.
Ela resmungou um pouco, mas concordou comigo.
Estávamos a caminho do hotel, quando 2 carros apareceram de repente, tentando nos parar.
- Mas o que é isso? – Perguntou Livi.
- Devem ter bebido vinho e resolveram dirigir. – falei sorrindo.
- Ah! Muito engraçado!
Um dos carros seguia bem atrás de nós, o outro, ficou ao nosso lado.
De repente, uma das janelas do carro que estava paralelo ao nosso, abriu, e um homem começou a atirar em nós. Eu acelerei o máximo que pude.
- Meu Deus! Estão tentando nos matar! Corra, Jack!
- Estou correndo, Livi! Telefone para Cadu.
Os carros continuavam nos perseguindo e atirando.
Livi conseguiu falar com Cadu, e ele disse que enviaria policiais para nos ajudar. Minutos depois, ouvimos as sirenes dos carros da polícia. Os carros que nos perseguiam fugiram.
Parei o carro.
- Livi, você está bem?
- Estou.
- Você está bem mesmo? Não se feriu?
- Não me feri, estou bem.
Um dos policiais veio falar conosco.
- Vocês estão bem?
- Sim.
O telefone de Livi tocou.
- Oi, Cadu! Não. Estamos bem. Sim, eles estão aqui, chegaram muito rápido. Obrigada! Está bem. Acha mesmo que é preciso? Ok. Tudo bem. Beijo.
Livi desligou o telefone.
- Cadu disse para irmos para o hotel. Vai mandar policiais para nos proteger.
- Acho isso muito bom!
Os policiais que chegaram para nos ajudar nos acompanharam até o hotel, e um dos carros ficou lá, até que policiais que seriam enviados por Cadu chegassem. Antes de entrarmos no quarto, dois policiais entraram para ver se não havia ninguém. Estava limpo. Agrademos aos policiais e trancamos a porta.


Livi telefonou para o seu pai e depois para Laura, e contou-lhes o que havia acontecido. Pelo que ouvia Livi dizer, Laura estava insistindo em vir para Porto Alegre, mas Livi não deixou.
Tomamos banho e nos deitamos. Tentei beijar Livi, mas ela me impediu.
- Jack... Não! Por favor.
- Ah! Não comece com esse seu joguinho de novo.
- Não é joguinho. Eu queria mesmo conversar com você.
- Converse!
- Bem... Isso não está certo. O que aconteceu ontem...
- O que aconteceu ontem foi maravilhoso, Livi!
- É. Foi. Este é o problema. Não quero magoar Laura, nem você.
- E por que me magoaria?
- Jack, você sabe fazer contas? Já fez as contas da nossa diferença de idade?
- Isso importa?
- Importa! Tenho idade para ser sua mãe!
- Mas você não é minha mãe, e garanto que não faria com ela, o que fiz com você ontem.
Eu sorri.
- Pare de brincar com coisa séria, Jack!
- Livi, entendo que Laura pode se magoar quando você falar pra ela que me ama e que vai ficar comigo, mas nossa diferença de idade não me magoa.
- O que? Quem disse que te amo e que vou ficar com você?
- Você disse, Livi! Com seu olhar, com seus beijos, com seus toques, com sua entrega total e completa pra mim.
- Não viaje! – Disse ela, levantando-se da cama.
Eu a segui, a virei para mim e olhei em seus olhos.
- Livi, diga, olhando em meus olhos, que tudo que tem acontecido entre nós, foi apenas uma viagem.
- Solte-me, Jack.
- Não vou soltá-la. Quero ouvir você dizer que tudo não passou de uma grande viagem e que você não sente nada por mim. Se disser isso, prometo te deixar em paz.
Ela ficou calada por algum tempo, ergueu aquele nariz, deixando-o mais empinado do que sempre, e falou:
- Não sinto nada por você, Jack. O que aconteceu, o que tem acontecido, é apenas uma atração passageira. Talvez porque estamos juntas em uma aventura, e aventuras são sempre excitantes. Quero que me deixe em paz.
- Tem certeza de que é isso mesmo o que você quer?
- Absoluta certeza!
Eu a apertei contra meu corpo, e passei minha mão suavemente por suas costas, aproximando meus lábios dos dela.
Senti que Livi tremeu, como sempre fazia. Sua respiração se alterou e eu sabia que aquela mulher, apesar de querer parecer durona e certa do que queria, me desejava, e gostava das sensações que eu provocava nela. 
Livi abriu levemente sua boca, esperando que eu a beijasse. Aproximei-me mais e mais e...
- Ok. Farei o que você quer. Prometo não tocá-la mais. E só o farei, quando você me pedir.
Livi estava tonta, excitada. Eu sabia disso. Tentando se recompor, ela olhou para mim, e com voz rouca, falou:
- Não espere isso de mim, Jack. Jamais vou pedir qualquer coisa pra você. Jamais!
- Veremos! – Falei sorrindo, e me deitando, dando por encerrado o assunto.
No dia seguinte, fomos à delegacia para prestar queixa sobre o atentado. Livi conseguiu anotar a placa de um dos carros e viu o rosto do homem que atirava em nós. Ótima percepção de Livi, apesar do susto.
Cadu mostrou algumas fotos para que Livi encontrasse no meio delas, o rosto do atirador. Nada encontrou. Depois, Cadu lhe mostrou fotos de pessoas relacionadas ao Senador.
- Este! Este é o homem que atirou em nós.
- Tem certeza, Livi?
- Sim!
- Estava escuro, você pode estar confundindo. Olhe bem.
- Cadu, eu sei o que estou falando. Este é homem que tentou nos matar ontem.
- Está bem. Confio em você. Este homem que você está apontando, é um dos seguranças do Senador.
- Seguranças? Você quer dizer capangas, não é?
Cadu sorriu, pegando a foto do suspeito e saindo da sala. Logo voltou.
- Pronto. “Nosso amigo” vai receber uma visitinha da polícia.
- Vão prendê-lo?
- Ainda não. Será “convidado” a vir até aqui para prestar esclarecimentos. E quando ele chegar, você vai identificá-lo. Na verdade, quero ter certeza de que você não está enganada.
Um pouco mais de uma hora depois, o homem chegou à delegacia. Foi colocado em uma sala, onde Livi poderia vê-lo para identificá-lo. Ele não poderia ver Livi.
- É ele mesmo! Com certeza!
- Você consegue identificá-lo também, Jack?
- Não. Eu estava dirigindo e atenta à estrada. Não consegui ver ninguém.
- Ok. Vou interrogá-lo.
Cadu fez várias perguntas para o homem, que se negou a responder sem um advogado. Ele parecia muito tranquilo, e tinha um sorriso irônico.
O advogado chegou à delegacia. Era um dos advogados do Senador.
- Meu cliente não vai responder a nada.
- Só quero saber onde seu cliente estava ontem, por volta das 23 horas.
- Pode responder isso. – Falou o advogado para seu cliente.
- Eu estava na casa da minha namorada. Pode telefonar pra ela e perguntar.
Cadu saiu da sala com o número do telefone da namorada e ele mesmo ligou. Ela confirmou que ficou a noite toda com o suspeito, que havia chegado em sua casa por volta das 19 horas.
Após fazer mais algumas perguntas, que não foram respondidas, o suspeito foi liberado.
Assim que o homem saiu da sala com o advogado, Livi saiu de onde estávamos e foi em direção ao suspeito. Ela o atacou!
- Desgraçado! Você tentou me matar.
- Não sei do que você está falando, dona.
Livi lhe deu uma bofetada. O homem sorriu e falou:
- Moça, você está me confundindo com alguém. Eu nunca tentaria matar uma gata selvagem como você, faria outras coisas.
- Filho da...
- Por favor, Delegado, controle sua amiguinha, senão darei queixa de agressão. – Falou o advogado.
- Venha Livi. Não se preocupe, nós vamos pegá-lo.
O homem saiu rindo. Livi estava furiosa.
- Que droga, Cadu! Eu sou uma testemunha ocular, por que ele foi solto?
- Porque ele tem um álibi. Não posso deixá-lo preso, Livi.
- Mas ele mentiu! Você sabe que ele mentiu.
- Sim, eu sei, você sabe, ele sabe... Mas a namorada confirmou que ele estava com ela a noite toda. Não há nada o que posso fazer, por enquanto.
Livi estava descontrolada. Saiu pela porta da delegacia, indo para o carro. Cadu e eu fomos atrás dela.
- Livi, você precisa ter calma.
- Ter calma? E como faço isso? Levei um tiro, ontem tentaram me matar e o assassino foi solto. Não! Não estou calma, e enquanto não ver esse homem na cadeia, não vou ficar.
- Ele será preso, eu prometo. Farei de tudo para isso. Vou interrogar a namorada, talvez ela caia em contradição e assim, o pegaremos. Mas por favor, Livi, enquanto isso não acontecer, tente não fazer nenhuma besteira, ok? Aliás, seria ótimo se vocês voltassem para casa.
- Não vou voltar, Cadu. Agora não é só por causa de um furo de reportagem, agora isso se tornou pessoal. Eu vou ficar. E não tente me convencer.
Ela entrou no carro, e falou:
- Entre logo, Jack. Quero sair daqui.
Entrei no carro, e Livi disparou, indo para o Jornal.
Livi deu ordens para todos, fez ligações, pesquisou na Internet. Ela estava disposta a fazer de tudo para ver preso o homem que tentou nos matar.
O telefone celular de Livi tocou, e ela ouvia o que a pessoa dizia, anotando coisas em um papel e, antes de desligar, agradeceu, sorrindo.
- Vamos para o hotel, Jack. Precisamos nos arrumar. Vamos passear esta noite.
- Vamos aonde?
- Você vai saber quando chegarmos lá.
Chegamos ao hotel, tomamos banho, e quando vi Livi arrumada, minha vontade era ficar ali, e tomá-la para mim.
- Você vai sair assim?
- Vou. Por que? Estou feia?
- Não! Muito pelo contrário! Está linda e muito sensual. Provocante demais! Vai me dizer para onde vamos?
- Não.
Bom, eu sabia que não ia adiantar insistir, pois Livi não falaria nada.
Livi estacionou o carro em uma travessa de uma avenida movimentada, cheia de bares e restaurantes. Ela olhou para o papel, olhando para o endereço e o nome do bar.
- É aqui mesmo! Vamos entrar.
Entramos, e não gostei nada do que vi. O bar era escuro, cheio de fumaça de cigarro e umas pessoas assustadoras. Gigantescos homens com músculos enormes e tatuados, nos olharam, assim que entramos. Mulheres vestidas com minúsculos biquínis, estavam sentadas nos colos dos homens, outras em cima de uma mesa de bilhar, e outras, dançando em um palco.
- Livi! Pelo amor de Deus! Isso é um inferninho! Vamos embora.
- Não, Jack. Fui informada que o cara que tentou nos matar frequenta este lugar.
- E o que você acha que vai fazer? Vai prendê-lo?
- Nada disso. Vou seduzi-lo.
- O que?
- Vou seduzir o cara, Jack. Eu vi como ele me olhou.
- Você enlouqueceu.
- Pode ter certeza que sim!
Livi foi para o balcão, perguntando se havia uma mesa onde pudéssemos sentar. O barman, olhando para Livi e para mim, falou:
- Moças, acho que vocês entraram no bar errado.
- Não entramos não. É aqui mesmo que quero ficar.
Falou Livi, dando um sorriso sedutor e um olhar que... Ai! Livi, Livi!
O barman sorriu, e mostrou-se simpático, levando-nos até uma mesa. As pessoas nos olhavam.
- O que vão beber?
- Por enquanto nada. O senhor tem alguma coisa para comer?
Ele pegou o cardápio e nos deu.
- Livi, por favor, vamos embora daqui.
- Pare de ser infantil, Jack.
Que mulherzinha teimosa!
Depois de olhar o cardápio, fizemos nossos pedidos. Não sei Livi, mas eu estava com muita fome, não tínhamos comido nada o dia todo, só o café da manhã.
O barman trouxe nossos pedidos. Apesar do lugar não ser um exemplo de limpeza, a comida era boa e parecia limpa.
Livi olhava para todos os lados. Claro que ela estava tentando localizar o cara que atirou em nós. 
Após comermos, Livi pediu uma bebida ao barman.
- Livi, você não deveria beber, não aqui.
- Relaxa, Jack! Sei o que estou fazendo.
Livi bebeu em só gole a taça de vinho, e pediu mais uma. Levantou-se e foi falar com o barman. Este sorriu, indo ao palco e pedindo para que a garota que estava dançando, saísse. Livi subiu ao palco e... Caramba! Dançou! Uma dança sensual, provocante, excitante. Ela estava louca! Completamente louca!
Telefonei para Cadu e contei o que estava acontecendo. Ele disse que tentaria chegar o mais rápido possível.
Os homens assoviavam e gritavam para Livi. Ela parecia estar gostando disso. O que ela tinha em mente, afinal de contas?


Depois de algum tempo dançando, Livi parou e desceu do palco. Os homens a cumprimentaram e ela sorria para todos, como se os conhecesse há anos!
- Você ficou louca? O que foi aquilo?
- Aquilo o que?
- Você dançando e se insinuando para aqueles homens. O que deu em você?
- Não gostou de me ver dançando?
- Não é essa a questão, Livi.
- Está com ciúmes, Jack?
- Espero que você saiba o que está fazendo.
- Pode ter certeza que sei sim.
Livi pediu uma garrafa de água e bebeu toda.
- Moças, poderiam me acompanhar?
Olhamos para o homem que falava conosco. Era um “armário” de tão grande!
- Acompanhá-lo aonde? – Falou Livi.
- Há uma pessoa querendo falar com você.
Livi se levantou.
- Espera, Livi! Você não vai...
- Vou. Aliás, nós vamos. Venha, Jack. E vê se consegue ficar quietinha, por favor.
O “armário” nos levou até uma mesa que ficava em uma sala separada do resto do salão.
- Ora, ora! Veja só quem está aqui!
Caramba! Era o atirador que tentou nos matar!
- Gostei de te ver dançando, moça. Faria uma dança exclusiva pra mim?
As pessoas gargalharam.
- E por que não? – Respondeu Livi, com um sorriso desafiador.
O atirador levantou-se e pegou no braço de Livi.
- O que está fazendo aqui? Trouxe a polícia com você?
- Não. Vim para falar com você, quero te propor um acordo.
- Acordo? Que tipo de acordo?
- Poderíamos conversar em um lugar mais reservado?
O homem olhou para Livi desconfiado.
- Acho que você está querendo aprontar alguma pra cima de mim, moça.
- Juro que não! E tenho certeza de que você vai gostar da minha proposta. Não quer ao menos ouvi-la?
Ainda desconfiado, ele olhou para as pessoas que estavam na sala e ordenou que saíssem.
- Pronto. Pode falar. Qual é acordo?
- Bem, sei quem você é e para quem você trabalha. Sei quem te mandou me matar. O acordo é o seguinte: você entrega o seu chefe para a polícia e você sai ileso, recebendo inclusive, uma recompensa por isso. O que acha?
O homem gargalhou.
- E como seria essa recompensa?
- Grana. Muita grana! O suficiente para você ir para qualquer lugar do mundo.
- E se eu quisesse algo mais, além da grana?
- Como o que, por exemplo?
- Você.
Ai ai! Livi está brincando com fogo.
- Eu? Bom, com a grana que você vai ganhar, vai poder ter toda e qualquer mulher que desejar, não ia querer uma “tia” como eu.
Ele riu.
- Gosto de você, moça. É espirituosa! Mas eu adoraria ter uma “tia” como você na minha cama. O acordo pode ser assim: a grana depositada em minha conta e você dançando exclusivamente para mim, no meu quarto e depois na minha cama. É isso ou nada. O que me diz?
Livi estava pensando? Pelo amor de Deus! E onde estava Cadu? Droga!
- Combinado! A grana e eu.
- Livi?
- Calma Jack! A proposta dele é justa, perto do que vamos ganhar. O desgraçado do Senador na cadeia e o maior furo de reportagem, exclusiva, só minha!
- Você é ambiciosa, moça! Gosto disso!
- Ok. Vamos até a delegacia? Nem vou depositar na sua conta. Assim que você entregar tudo, contar tudo o que sabe, te dou a grana viva nas mãos. Vamos?
- Vamos sim.
Eu não confio nesse cara. Aceitou muito fácil.
Livi, o atirador e eu, saímos por uma porta que dava na rua onde nosso carro estava estacionado. Além do nosso carro alugado, havia mais dois carros: um furgão preto, com vidros escuros e um outro carro de luxo, que não consegui identificar qual era.
- Prefiro ir no meu carro, se não se importa. – Falou Livi.
O atirador não respondeu, indo em direção ao carro de luxo, que abriu uma das janelas. O atirador conversou com alguém que estava no carro. Em seguida, o homem pegou Livi e eu pelos braços e nos colocou em frente ao carro de luxo. Um homem saiu.
- Como vai, senhorita Lívia? É um prazer revê-la.
Mas que droga! Era o senador! Sabia que isso não ia dar certo.
- Isso não fazia parte do acordo.
- Eu sei. E você foi inocente demais em pensar que eu ia aceitar isso.
- Senhorita Lívia, devo dizer que admiro sua coragem. Se está interessada em fazer acordos, que tal fazer um comigo?
- Que acordo seria esse, Senador?
- Você vai embora para a sua cidade e não volte mais aqui. Esqueça meu nome e nunca mais fale de mim em seu jornaleco. Se fizer isso, prometo não machucá-la.
- Senador, sou uma Jornalista! Posso aceitar sua proposta, com uma emenda. O senhor me dá uma entrevista dizendo como um criminoso sujo como o senhor conseguiu se tornar um senador e dizer com exatidão, quantas pessoas o senhor mandou matar.
O atirador esbofeteou Livi, que caiu no chão. Depois a levantou, segurando-a de costas para ele.
- Calma meu rapaz! Não queremos que um rostinho tão lindo fique desfigurado. – Falou o senador com sarcasmo. – Mais uma chance, senhorita. Vai aceitar meu acordo ou terei que incluí-la em minha lista? 
- Sua lista de pessoas assassinadas, não é mesmo?
- Estou perdendo a paciência com você. O que me diz?
- Vai para o inferno!
Ah, Livi! Você acaba de assinar nossa sentença de morte.
- É uma pena, senhorita Lívia. Seria um enorme prazer deixá-la viva, mas a escolha foi sua. Faça o que tem que fazer e não me conte nada. – Falou o senador, se dirigindo ao atirador.
- Deixa comigo, chefe!
O senador entrou no carro de luxo e saiu.
- Agora vamos brincar um pouquinho, moça.
- Por favor! Aceite minha proposta! Você não vai se arrepender.
O atirador bateu em Livi de novo e ela caiu. Parti pra cima dele e lhe dei um soco. Caramba! O cara nem se mexeu! Ele me pegou no colo, me levantou e me jogou em cima de umas latas de lixo. Droga! Isso doeu! 
- Pára com isso, seu troglodita. – Disse Livi, subindo nas costas do atirador.
Ele a atirou no chão, perto de onde eu estava e gargalhou. O filho da ... estava se divertindo às nossas custas.
- Calma gata selvagem! Já vou cuidar de você, mas antes, vou cuidar da sua amiguinha, assim, ficaremos mais sossegados.
O atirador tirou uma arma e a apontou para mim. Fechei meus olhos e ouvi um tiro. Pronto. Acabou! Eu estava morta.

CONTINUA...

RM 

"Qualquer semelhança com nomes e acontecimentos, terá sido mera coincidência. Não são fatos reais”.

Um comentário:

  1. Caramba, que história bacana!!!!intrigante, picante...muito,muito legal,rs. estou em cólicas para saber em quem pegou o tiro, se o senador será ou não preso e se a jack consiguirá domar a fera,rsrsrs
    muito legal, muito legal!!!!
    CRIS

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