terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Escolhas... A Continuação (parte 4)

Algum tempo se passou. Rodrigo e Aline estavam morando em São Paulo, porque Rodrigo havia passado para um concurso público federal, mas teve que trabalhar lá.
Bella e Alessandra passaram um final de semana com eles.
- Você está linda, minha irmã! Mais linda do que sempre!
- Você também está lindo! E com uma carinha de feliz!
- Bella, temos uma novidade para lhes contar.
- Conte Aline!
- Você vai ser titia.
- O que? Titia? Eu? Você está...
- Sim! Estamos grávidos!
Bella chorou de emoção e abraçou o irmão.
- Parabéns, Rodrigo! Você vai ser papai! Estou tão emocionada!
Bella abraça Aline também.
- Obrigada, minha amiga! Você não sabe como isso me deixou feliz.
Os dois casais saíram para jantar e comemorar. Resolveram esticar a noite em uma badalada boate gay paulista.
Bella e Alessandra ficaram impressionadas.
- Essa boate é maravilhosa! Enorme!
- É mesmo, Bella! E bem frequentada. Muitas mulheres lindas, não achou?
- O que é isso? Você está paquerando as paulistas? Na minha cara?
- Não! Apenas admirando-as. Os homens também são muito bonitos.
Disse Alessandra sorrindo.
- Sei. Estou de olho em você, Alessandra.
Havia um palco na boate onde as pessoas podiam subir e dançar. Bella e Alessandra dançaram no palco, sensual e apaixonadamente. Estavam deslumbradas. Ficaram na boate até as 4 horas da manhã.
No apartamento de Rodrigo e de Aline, todos tomaram banho e dormiram.
Passava do meio dia, quando Alessandra levou o café da manhã na cama.
- Bom dia, amor!
- Boa tarde, preguiçosa! Já passa do meio dia.
- Meio dia? Por que não me acordou antes?
- Porque você precisava descansar. Vamos viajar hoje.
- Vou dirigir?
- Claro que não!
- Então, quem deveria descansar era você.
- Eu descansei. Vamos tomar nosso café e sair logo. Não quero pegar a estrada à noite.
Elas tomaram o café, tomaram banho e arrumaram suas coisas.
- Ah, Bella! Não vão embora. Ainda não deu tempo de matar as saudades.
- Precisamos ir, Aline. Mas prometo vir visitar vocês sempre que puder.
Bella e Rodrigo ficaram abraçados por um longo tempo.
- Rodrigo, fico imaginando a alegria da mamãe em saber que você vai ser pai.
- Pensei a mesma coisa e comentei com Aline. Ela ficaria muito feliz. Mas ela está! Sei que está!
- Eu também estou muito feliz.
- Te amo, Bella! Sempre e para sempre!
- Te amo, Rodrigo! Sempre e para sempre!
Após as despedidas, Bella e Alessandra pegaram a estrada de volta para o Rio de Janeiro.
- Bella, eu estava lembrando da boate e tive uma ideia.
- Qual?
- O que você acha de abrirmos uma boate naquele estilo? Não temos nada parecido no Rio.
- Acho uma ótima ideia! Será que daria certo?
- Acredito que sim. Vamos pensar nisso?
- Vamos, claro!
Os dias se passaram. Bella e Alessandra estavam empenhadas em abrir a boate, uma espécie de clone da boate que conheceram em São Paulo.
Através do gerente, entraram em contato com a proprietária da boate paulista e falaram sobre a ideia que tiveram. A proprietária achou a proposta interessante, e marcou de visitar Bella e Alessandra, para acertarem o negócio.
Procuraram um casarão antigo no Rio, mas não encontraram nenhum que estivesse disponível. Então, compraram em Niterói, Praia de Charitas. O casarão estava abandonado e tiveram que reformar e adaptar. A boate se transformou em uma cópia fiel da boate em São Paulo.
Márcia, a proprietária, tornou-se sócia de Bella e Alessandra.
- Estou apaixonada por este lugar! Não sabia que Niterói era uma cidade tão linda! Estou pensando seriamente em me mudar pra cá.
- Venha! Você será bem vinda, Márcia!
Depois de 3 meses, finalmente, a boate estava pronta para ser inaugurada. Bella cuidou da divulgação, anunciando na Internet, jornais, rádios. Imprimiu convites para convidados especiais, e deu um toque especial na decoração, que agradou Alessandra e Márcia.
Márcia era uma mulher bonita, de sorriso fácil, inteligente, madura, mas com uma tristeza no olhar. Tinha 42 anos. Ela comprou um apartamento em Niterói, na Praia de São Francisco, que fica próximo à boate, e se mudou. Bella e ela se tornaram grandes amigas.
Certa vez, quando estavam na boate finalizando os últimos detalhes para a inauguração, Bella percebeu que Márcia parecia distante, com um olhar vazio.
- Márcia? Você está me ouvindo?
- Desculpe, Bella! Eu não estava prestando atenção. O que disse?
- Pensei em colocar os convidados especiais no mezanino, como uma área vip. O que você acha?
- Claro! Ótima ideia!
Márcia andou até a janela e ficou olhando o mar.
- Esta visão nos dá tanta paz, não é?
- Sim! Eu amo olhar o mar!
Bella se aproximou de Márcia.
- Márcia... Eu gostaria de te fazer uma pergunta, mas é pessoal. Posso?
- Pode.
- Às vezes, percebo que você fica tão distante, com um olhar triste, perdido. Por que?
Márcia sorriu.
- Se você não quiser falar, tudo bem, eu entendo.
- Você é muito observadora. Posso falar sim, Bella. Não tenho nada a esconder. Vou te contar o motivo de às vezes, eu estar distante, triste, e... Perdida.
Elas se sentaram em dos sofás.
- Fiquei casada com uma mulher durante 22 anos. Quando nos conhecemos, eu era jovem, com muitos sonhos, e imatura. Ela era a mulher mais linda, mais encantadora, mais paciente que conheci. E de uma bondade que não existia em pessoa alguma.
Eu tinha 20 anos, e ela, 38. Namoramos e, 6 meses depois, fomos morar juntas. Ela me ajudou a crescer, material e espiritualmente. Me ensinou a ser uma pessoa melhor, uma mulher de caráter. Tudo o que sou, tudo o que tenho, eu devo a ela. Enfim! Há pouco mais de 1 ano, ela me deixou. Sofreu um acidente de carro e...
Márcia começou a chorar.
- Sinto muito, Márcia! Que história triste!
- Eu nunca fui tão feliz em toda a minha vida. Ela foi, é, e será meu único e grande amor.
Bella abraça Márcia, tentando consolá-la. Depois de alguns minutos, Márcia se levanta e diz:
- Bom... Vamos deixar as tristezas para o travesseiro. Agora, temos muito trabalho a fazer.
“Que mulher admirável!”. – Pensou Bella.
Sexta-feira. Noite da inauguração da boate.


Entre os convidados especiais, estavam os pais, o irmão e a cunhada de Alessandra, Rodrigo e Aline, “Peter Pan” e Lena, que estavam casados, os primos de Bella, e dois amigos de Márcia que vieram de São Paulo para a inauguração.
- Minha filha! Sua boate está linda!
- Obrigada, mãe. Mas a boate é minha, de Bella e de Márcia.
- A decoração é de extremo bom gosto. Fico feliz que tenha aprendido isso comigo.
- É... Mas a decoração devemos ao bom gosto de Bella. Foi ela quem cuidou de tudo. Apesar de ser um clone da boate de Márcia em São Paulo, Bella deu seus toques pessoais.
Carmen deu um sorriso torto, cumprimentando Márcia, e passando direto por Bella.
- Mãe? Não vai cumprimentar Bella?
Carmen continuou andando, sem olhar para trás.
- Desculpe, Bella.
- Não se preocupe, amor. Está tudo bem.
- Que sogra você foi arranjar, hein, Bella?
Disse Márcia no ouvido de Bella, não deixando que Alessandra ouvisse.
Os convidados e clientes foram chegando. Bella não contava com uma convidada especial e, ao vê-la, ficou surpresa e feliz.
- Parabéns, Bella! A boate é magnífica!
- Rosane! Que surpresa! Não sabia que estava no Brasil.
Elas se abraçaram.
- Vi o anúncio na Internet e vim especialmente para prestigiá-la. Parabéns! Desejo-lhe muito sucesso!
- Obrigada.
- Como vai, senhora? – Cumprimentou Alessandra, com ironia.
- Muito bem, obrigada por perguntar. Parabéns pela boate. Está muito linda.
- Rosane, deixe-me apresentá-la à nossa sócia.
Bella apresenta Rosane à Márcia.
- É um prazer conhecê-la.
- O prazer é meu. Seja bem vinda! Bella, vou mandar colocar um lugar para sua amiga na área vip.
- Sim! Por favor, faça isso!
- Não se incomodem comigo, posso ficar em qualquer lugar.
- Você ficará na área vip, pois é minha convidada especial.
- Obrigada, Bella. Como sempre, você tão doce.
- Venha comigo, por favor, Rosane.
- Cuidado, amor!
- Cuidado com o que?
- Com as abelhas, moscas e formigas.
- O que?
- Precisava ser tão doce com a velha?
- Ale, já falei que não gosto quando você fala assim. Rosane é uma mulher maravilhosa, gentil, e muito educada. Por favor, tente não ser rude.
- Você sempre a defende.
- Claro! Sempre vou defender pessoas que me são importantes. Controle seus ciúmes, por favor.
Rosane acompanhou Márcia até a parte de cima da boate, acomodando-a em um lugar estratégico, onde ela pudesse ver toda a pista de dança e o palco.
- Fique à vontade. A garçonete passará aqui em instantes.
- Obrigada! Você é muito gentil.
Márcia volta à recepção, ficando ao lado de Bella e de Alessandra.
- Bella... Quem é ela?
- Quem? Rosane?
- Sim.
- Minha ex-mulher. Hoje é uma grande amiga.
- Hmm. Interessante.
Bella sorri.
- Impressão minha, ou senti um clima no ar?
Márcia não responde, e sorri.
Depois de algum tempo, as 3 sócias e amigas, começam a andar pela boate, a fim de conversar com os clientes. Depois, vão até a área vip.
Bella se senta com Rodrigo, Aline, “Peter Pan” e Lena.
- Não sabia que amigos podiam ter segredos.
Disse Bella, se dirigindo a Peter.
- Vocês se casaram e não me contaram nada? Obrigada pela consideração, Peter.
- Ah, minha pequena! Estamos morando juntos, não casamos.
- Ainda! Não é Peter?
- Claro, meu bebê!
- E quando nos casarmos, Bella, você será a minha madrinha.
- De jeito algum! Bella será minha madrinha.
- Peter, já discutimos esse assunto. E está resolvido.
- Vocês estão felizes?
- Sim, pequena! Muito feliz!
- Eu também, Bella. E devo isso a você.
- Não me deve nada, Lena. O que importa é que vocês estão felizes. E eu estou feliz por vocês.
O telefone de Alessandra toca.
- Não. A boate é grande, vocês podem se ajeitar. Não há mais lugar. Eu já disse que não. Tchau.
Ela desligou o telefone, visivelmente irritada.
- O que foi, Ale?
- Laís e companhia estão lá embaixo. Ela está irritada por ter sido barrada na escada. Quer que eu autorize sua entrada na área vip.
- E você disse que não, certo?
- Certo.
- Ótimo! Sorte sua.
Bella vê Márcia e Rosane conversando. Pelos sorrisos, a conversava parecia estar interessante.
- Amor, vamos dançar no palco?
- Vamos, Bella. Eu já te disse que você é a mulher mais linda dessa boate?
- Não.
- Você é a mulher mais linda dessa boate. E a mais deliciosa. A mais gostosa...
Alessandra aperta Bella contra seu corpo, beijando-a na boca, ignorando a presença de seus pais. Mais precisamente, a presença de sua mãe.
Elas vão para o palco e começam a dançar. Sensuais... Provocantes... Tentadoras... Apaixonadas!


Alguém enfurecida vê Bella e Alessandra dançando.
- Odeio essa mulher! Queria vê-la morta.
- Pare com isso, Laís! Aceite a derrota. Alessandra ama Bella. Aliás, é impossível não amar essa mulher. Olha que delícia! Ah! Eu faria qualquer coisa pra ter essa mulher de novo.
- Não seja ridícula, Cássia!
- Ridícula está sendo você que não admite que perdeu Alessandra para sempre. Tente ser feliz, garota!
Cássia se afasta de Laís. Puxa Juliana pelo braço, indo dançar na pista.
- Cássia tem razão, Laís. Você deveria tentar arranjar outra mulher e ser feliz.
- Não quero outra mulher! Quero Alessandra.
- Ela não te quer, mas eu...
- O que?
Duda agarra Laís e lhe dá um beijo na boca. Com raiva, Laís tenta esbofetear Duda, que segura suas mãos, colocando-as para trás.
- Me solte, Duda! Agora.
- Isso é uma ordem? – Diz Duda, com um sorriso irônico.
- É sim! É uma ordem.
- Desculpe, gata, mas não recebo ordens. E só por causa de sua má educação, vou te beijar de novo.
- Não se atreva...
Duda se atreveu e a beijou.
- Laís... Está tudo bem?
- Não. Estou meio tonta.
- É. Eu sei. Meu beijo provoca essas sensações. Acho que vou te deixar mais tonta. Vem cá gostosa!
Desta vez, Laís não lutou e se deixou ser beijada por Duda. Ficaram a noite toda juntas.

CONTINUA...

RM

"Qualquer semelhança com nomes e acontecimentos, terá sido mera coincidência. Não são fatos reais”.

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