sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Sem limites para amar (Parte 4)




- Vocês estão bem?
- Sim. Você demorou!
- Desculpe-me, senhorita Livi, mas era preciso chegar até o fim. Entende o que estou dizendo, não é?
- Entendo, sim. Jack? Você está bem?
- Vocês podem me explicar o que está acontecendo aqui?
- Depois, Jack. Depois. Agora vamos para a delegacia, temos muita coisa para resolver.
O atirador estava caído no chão, imóvel, morto com um tiro nas costas. E quem atirou, foi o barman. O que estava acontecendo?
Livi estava agitada, eufórica, e não parava de falar com Cadu. Eu não estava entendendo absolutamente nada.
- Vocês vão me explicar o que está acontecendo ou não?
E veio a explicação. Surreal! Mas partindo de Livi, tudo era possível!
Bom, Livi queria pegar o senador e todos os criminosos ligados a ele. Sabíamos que isso era difícil, mas Livi bolou um plano. Tudo fui armado! A nossa ida ao bar, a conversa com o barman, que é um informante da polícia, a dança para chamar a atenção do atirador, a proposta do acordo... Só não contavam com a ilustre e inesperada aparição do senador, que deixou o plano mais completo. Livi usou um escuta fornecido por Cadu. Claro que isso era extra-oficial.
Dentro do bar, além do informante, havia policiais disfarçados. A Polícia Federal, juntamente com a Civil, uniram-se neste plano ousado e arriscado.
Tudo foi gravado, inclusive a conversa do senador com Livi. Se a gravação seria usada contra o senador, isso não sabíamos, mas Cadu disse que faria de tudo para usar como prova.
- E vocês colocaram a minha vida em perigo, sem me consultar, sem me avisar? Caramba, Livi! Por que não me contou o plano?
- Se você soubesse, você iria topar?
- Acho que não.
- Está vendo? Eu teria que ir sozinha, porque se você não fosse, eu iria de qualquer jeito. Você sabe disso, não sabe?
- Eu sei. Você sempre faz o que quer, não é mesmo Livi? E nunca pensa em ninguém, só em você mesma e nas suas vontades.
- Jack, era a única maneira que tínhamos para conseguir provas contra o senador! E deu certo!
- Não pode dizer que deu certo ainda, Livi. O que vocês fizeram foi contra a lei, e Cadu nem sabe se poderão usar o escuta como prova.
- Vai conseguir usar sim. Confio nele. Vai dar certo. Não vai, Cadu?
- Vou tentar, Livi. Mas creio que vai dar certo sim.
- E se não der, tenho outro plano.
- Outro plano? Qual? – Perguntou Cadu, surpreso.
Ela sorriu. E eu conhecia bem aquele sorriso.
- Caso a polícia não consiga usar a gravação como prova, vou usar no site do Jornal, vou enviar para a TV, publicar na Internet... Vou divulgar tudo! E aí, quero ver como o senador vai conseguir sair dessa.
- Tenha calma Livi. Não faça nada antes que eu fale com você. Está bem?
- Está bem.
- Promete, Livi?
- Prometo, Cadu.
Os dias se passaram. Livi e eu estávamos de volta à nossa cidade. Enfim, eu estava em casa! Sã e salva.
Quase 1 mês depois, Cadu nos avisou que havia conseguido usar a gravação como prova. Ele nos informou que Livi e eu éramos testemunhas importantes para o caso, e seríamos convocadas para depor.
Por exigência do partido, o senador foi obrigado a renunciar ao cargo. Desta forma, ele perdeu sua imunidade parlamentar e responderia por seus crimes como um criminoso comum.
Eu voltei à minha rotina. Trabalho, baladas, encontro com a família e com os amigos, e... Mulheres, sexo e muita diversão!
Marcela não saía do meu pé. Às vezes eu ficava com ela, mas a garota queria casar. Nem pensar! Só uma mulher me faria casar, e esta mulher, por enquanto, não estava comigo.
Uma vez, Marcela e eu estávamos na boate, e encontramos com Laura. Fiquei surpresa ao vê-la beijando uma mulher. Não era Livi. Ela veio falar comigo.
- Oi, Jack! Tudo bem?
- Bem, e você?
- Como Deus manda.
Ela me apresentou a mulher que estava com ela. Era linda! Morena, cabelos longos, lisos, olhos castanhos, e muito jovem.
- Como está Livi? Não a encontrei mais.
- Ela parece bem. Quase não conversamos.
- Mas vocês ainda trabalham juntas, não é?
- Trabalhamos sim. Mas a correria do dia a dia... Sabe como é!
Laura perguntou como estava o caso do senador, e ficamos algum tempo conversando. Depois, ela e a sua morena se despediram de mim e de Marcela.
Certa vez, eu estava editando fotos para uma reportagem, quando recebi uma visita inesperada. Uma garota com quem eu estava saindo. Ela era um espetáculo de mulher! Loira, com olhos verdes enormes e um corpo escultural.
- Oi, minha fotógrafa predileta! – Falou, me dando um abraço.
- Oi, Denise! O que faz aqui?
- Senti saudades e vim te ver. Não deveria?
- Bom, aqui é meu local de trabalho.
- Não quero te atrapalhar. Só quero saber se você quer almoçar comigo.
- Claro! Me dê alguns minutos e já saímos.
Peguei uma cadeira e coloquei ao meu lado, para que Denise se sentasse.
A garota era atrevida. Estava roçando minha perna por debaixo da mesa, e me olhava com um olhar provocante. Hoje meu almoço ia ser muito apetitoso.
- Jack. Quero falar com você.
- Pode falar, Marcela.
- É um assunto particular, de trabalho.
- Se você esperar só um pouco, já termino aqui e falo com você.
- Tem que ser agora, Jack.
- Agora não dá. Se quiser, tem que esperar. Estou ocupada, trabalhando, não está vendo?
- O que eu estou vendo não tem nada a ver com trabalho.
Olhei para Marcela e a vi olhando para Denise, fuzilando-a com o olhar.
- Denise, espere só um minutinho, eu já volto.
- Espero o tempo que precisar, meu amor!
Segui Marcela até o banheiro.
- Quem é a loira oxigenada?
- É uma amiga.
- Amiga? Eu vi o que ela está fazendo com você. Vi como ela te olha.
- Marcela, aqui não é o local apropriado para termos essa conversa. Vamos nos encontrar mais tarde.
- O que você tem com ela? Quero saber. Ela te chamou de amor!
- Eu já falei que não podemos ter essa conversa aqui. Quando acabar o expediente, te levo para casa e conversaremos, está bem?
- Você está me traindo.
Marcela começou a chorar.
- Não estou traindo você!
- Está sim! E com uma loira aguada! Eu não vou perder você pra ela, você é minha, Jack! Eu te amo!
- Por favor, pare com isso! Não temos nada, Marcela!
- Nada? Depois de tudo o que aconteceu entre nós, você me diz que não temos nada? É porque eu sou negra, não é? Você me trocou por uma branquela magricela, porque sou negra.
- Pelo amor de Deus! Não é nada disso!
- É sim! Eu sei que é!
Abracei Marcela e tentei fazê-la parar de chorar.
- Marcela, me escute. Você é uma mulher linda, sensual e provocante. É uma delícia na cama! É inteligente, divertida, carinhosa. Não tem nada a ver com a sua cor. Apenas não temos nada sério e pensei que você tivesse entendido isso. Gosto de você, gosto de estar com você, gosto de fazer amor com você, mas eu não te amo e sei que nunca te prometi nada. Por favor, pare de chorar.
- Eu te amo tanto, Jack! Não quero te perder!
- Você não vai me perder, Marcela. O que eu tenho com Denise, é o mesmo que tenho com você e com outras garotas. Vocês são ótimas companhias, são amigas, fazem com que eu não me sinta tão sozinha. Por favor, entenda!
- Não quero que fique com ela e com mais ninguém. Quero você só pra mim, só minha. Namora comigo, Jack. Por favor!
- Sinto muito, mas não posso fazer isso.
- Pode sim! Você gosta de mim, você falou.
- Gosto, mas não para namorar você.
- Só para transar? Pensei que esse fosse o papel dos homens, não das mulheres.
- Marcela, vejo que você não está querendo entender. Espere até a noite para conversarmos, está bem?
Estava saindo, quando Marcela me segurou.
- Jack, eu não vou perder você. Não vou deixar que nenhuma mulher se meta entre nós. Ouviu bem?
Saí do banheiro, e no corredor, dei de cara com Livi.
- Destruindo corações, Jackeline?
- Isso não é da sua conta, Lívia.
Peguei Denise, e saímos para o almoço. Queria tê-la como “sobremesa”, mas não tinha mais clima pra isso.
- Aquela garota é sua namorada?
- Não! Eu não tenho namoradas.
- Ah, claro! Você tem “ficantes”.
- Prefiro dizer que tenho amantes.
- Ela é linda! E bem gostosinha!
- Mas o que é isso, Denise? Interessou-se por Marcela?
- E se for? Você se incomoda?
- Eu não! Mas a garota está apaixonada por mim e isso vai ser um problema pra eu resolver.
- Se você me der carta branca, eu posso tentar te ajudar.
- E como me ajudaria?
- Bom, eu sei que não tenho chance com você, e como você, gosto de me divertir, de ter uma companhia, alguém para conversar e... Outras coisas mais. Mas estou querendo namorar, ter alguém para dividir minha vida, meus sonhos, quero me apaixonar. Gostei da... Marcela?
- É, Marcela.
- E então? Vai me dar carta branca? Vai liberar o meio de campo?
Eu ri.
- Se você gostou dela, vai em frente! Mas aviso que vai ser difícil, já disse que a garota se apaixonou por mim.
- Eu a farei te esquecer, deixa comigo. E vou avisando: ela vai ser minha, e quando isso acontecer, quero você longe dela.
- Pode deixar, comandante! E boa sorte!
- Jack... Enquanto eu não parto para a conquista, que tal nós duas... Hmmm... Uma despedida? Topa?
Parece que o clima voltou. Depois do almoço, fomos para um motel e fizemos amor. Denise era um furacão na cama. Que mulher gostosa, fogosa! Pena que era uma despedida.






Voltei para o Jornal, e Marcela veio falar comigo.
- Almoço demorado.
- É. Aproveitei para resolver algumas coisas pessoais.
- Mentirosa! – Marcela gritou.
Todos no Jornal olharam para nós.
- Calma, Marcela! Não faça escândalos aqui. Estamos no trabalho.
- Que se dane! Você saiu com aquela vadia.
- Posso saber o que está acontecendo aqui?
- Não é da sua conta.
Caramba! Marcela gritou com Livi!
- Venham até a minha sala vocês duas.
Acompanhamos Livi.
- Não estou interessada na vida pessoal de vocês, e muito menos na relação que vocês duas tem, mas este é um local de trabalho e gostaria que não misturassem os problemas pessoais com os profissionais. O que tiverem que conversar, conversem fora daqui.
- Desculpe, Livi. Marcela se descontrolou, isso não vai mais acontecer.
- Espero que não mesmo.
Quando estávamos saindo da sala, Livi me chamou.
- Fique, Livi. Quero falar com você.
Ela pediu que eu me sentasse.
- Quero te pedir um favor.
- Claro! Pode falar.
- Fui convidada para ir a um jantar no próximo sábado. É aniversário de uma grande amiga minha, e eu não gostaria de ir sozinha. Quero saber se você pode me acompanhar.
- A que horas te pego?
- Isso quer dizer que você aceita?
- Sim.
- Obrigada, Jack! Pode me buscar às 20 horas. Estarei pronta.
Caramba! Até para pedir um favor, Livi parecia estar dando ordem.
À noite, fui para a casa de Marcela.
- Marcela, decidi uma coisa que será melhor para nós duas.
- O que? Vai namorar comigo?
- Não. Vou me afastar de você.
- Não! Não pode fazer isso comigo! Por favor, Jack!
E ela começou a chorar de novo.
- Marcela, tente entender! Você se apaixonou por mim, e eu não previ que isso pudesse acontecer.
- Eu pensei que estávamos namorando! Eu te amo!
- Desculpe-me! Sinto muito que isso tenha acontecido.
- Você ama outra mulher?
- Isso não importa, Marcela.
- Importa pra mim. Responde. Você ama outra mulher?
- Amo.
- Aquela loira oxigenada, não é?
- Não.
- E quem é então?
- Você não a conhece.
- Por favor, diga quem é a mulher.
- Já falei que você não a conhece. Aliás, tenho uma coisa pra te contar.
- O que?
- Denise te achou uma mulher linda, gostou de você e me pediu permissão para tentar te conquistar.
- Como é?
- Denise e eu somos amigas e saímos juntas de vez em quando. Ela disse que está querendo namorar, quer ter alguém para dividir sua vida, quer se apaixonar e acho que ela já se apaixonou... Por você!
- Por mim? Sério? Você não está dizendo isso só para me consolar e para eu te deixar em paz, não é?
- Não! Juro que não! E você vai ver que estou falando a verdade. Denise disse que ainda esta semana vai te procurar.
- Mas eu amo você, Jack! É você quem eu quero!
- Marcela, não tenho como te fazer feliz. Não estou apaixonada por você, eu só te faria sofrer. Dê uma chance a Denise, saia com ela, e se você não gostar, não precisa mais encontrá-la.
- Você disse pra ela que eu a chamei de loira oxigenada, aguada e branquela magricela?
Gargalhei.
- Não, claro que não!
- Jack... Não temos chance de ficarmos juntas mesmo?
- Não.
- Nenhuma chance?
- Nenhuma, Marcela. Apenas como amigas.
- Está bem. Quando Denise me convidar para sair, eu vou. Você não vai sentir ciúmes de mim?
- Não.
- E dela?
- Também não. Vou ficar muito contente se vocês duas ficarem juntas e estiverem felizes.
- Ta bom. Mas eu queria te pedir uma coisa. Posso?
- Pode.
- Eu queria... Uma despedida.
Ai, não! Outra despedida?
Marcela começou a me beijar, passar suas mãos em meu corpo e...
- Vem, Jack! Me faz tua mulher pela última vez!
E eu fiz!




Sábado, às 20 horas em ponto, peguei Livi para irmos ao jantar. A casa de sua amiga ficava na zona sul. Era uma bela casa! Na verdade, uma mansão deslumbrante.
Havia 25 pessoas aproximadamente. Todos homossexuais, com exceção dos pais e da irmã da aniversariante.
Antes do jantar, serviram um coquetel. Tudo era muito sofisticado. Percebi que Livi estava bebendo, e achei que ela estava exagerando.
- Livi, esta é a quarta taça de vinho que você está bebendo. Acho melhor você ir devagar.
- Não trouxe você aqui para me vigiar. Beba você também e aproveite a festa.
Fiz o que ela pediu. Peguei uma bebida e comecei a observar as pessoas. Do outro lado da sala, vi uma mulher que aparentava ter uns 35 anos. Ela sorria para mim. Aproximei-me dela.
- Boa noite!
- Boa noite! – Disse ela, com uma voz sensual. - Você é o bofinho mais lindo que eu já vi em toda a minha vida!
Eu gargalhei.
- Bofinho?
- Desculpe-me! Não quis ofender.
- Não me ofendeu. Meu nome é Jack. É um prazer conhecê-la.
- O prazer é todo meu, Jack. Sou Luisa.
Conversamos, enquanto bebíamos. Luisa tinha 38 anos. Bonita, segura, insinuante. Uma mulher de classe!
Às vezes, eu olhava para Livi, pois estava preocupada com ela. Ela continuava pegando uma taça atrás da outra.
De repente, Luisa me deu um beijo na boca, me pegando de surpresa.
- Jack, que tal irmos para o meu apartamento depois do jantar?
- Adoraria! Mas estou acompanhada.
- Acompanhada? Eu pensei que...
- Uma amiga. Estou acompanhada de uma amiga, e ela veio comigo em meu carro, preciso levá-la para casa. 
- Ah! Que ótimo! Você poderia levá-la e depois ir para o meu apartamento.
Era uma proposta tentadora!
- Vou tentar.
Ela tirou da bolsa um pedaço de papel e uma caneta, anotou o endereço e o número do seu telefone, e me entregou.
- Vou te esperar ansiosamente, Jack!
O jantar foi servido. Livi sentou-se ao meu lado, à mesa. O garçom ia servir mais vinho para Livi, quando o impedi.
- O que pensa que está fazendo?
- Salvando você de ter uma ressaca violenta.
- Ao invés de se preocupar comigo, deveria se preocupar com aquela mulher que não tira os olhos de você.
Livi estava se referindo à Luisa, que me olhava com um olhar atrevido. Sorri para Luisa.
- Isso é ridículo!
- O que é ridículo?
- Os olhares que vocês estão trocando! Em uma mesa de jantar! Não poderiam esperar até ficarem a sós?
- Está com ciúmes, Livi?
- Ciúmes? Eu? Ora, Jack, não me faça rir!
- Coma! Você está precisando.
Consegui fazer com que Livi não bebesse mais, até que terminasse de comer. Após o jantar, a aniversariante colocou uma seleção de músicas românticas. Luisa pediu para dançar comigo.
- Aquela mulher está apaixonada por você.
- Quem? Livi? Você está enganada.
- Não estou, não. Conheço muito bem o olhar de uma mulher apaixonada. E ela está.
Seria maravilhoso se o que Luisa estava falando fosse real.
As músicas continuaram tocando, e Luisa e eu, continuamos dançando.
- Com licença, senhora. Quero dançar um pouco com minha fotógrafa.
Livi empurrou Luisa e se agarrou a mim. Luisa não se importou, e foi para um grupo de amigos.
- Você não tem vergonha? A mulher tem idade para ser sua mãe!
- Luisa? Minha mãe? Bom, se ela tivesse uma filha aos 10 anos de idade...
- Você está me dizendo que ela tem só 38 anos? Duvido!
- Foi o que ela me disse. Aliás, fico feliz por você saber a minha idade.
- Ela te enganou, Jack. Ela não tem 38 anos, está mais para 58. Talvez 60...
- Qual é o seu problema com idades?
- Problema algum, apenas sou sensata.
- Sensata? Não! Você é preconceituosa, isso sim. Seria porque Laura trocou você por uma mulher 20 anos mais jovem?
Livi parou de dançar e me olhou com um olhar indagador.
- Quem te disse que Laura me trocou?
- Ninguém me disse isso, apenas vi Laura acompanhada com uma linda e jovem mulher.
- Você não sabe o que está dizendo, Jack. Aliás, quero ir embora. Agora.
Livi me largou no meio da sala e foi falar com sua amiga, a aniversariante. Fui me despedir de Luisa.
- Estou te esperando esta noite, meu bofinho lindo!
- Farei o possível. Boa noite, Luisa.
- Boa noite, Jack.
Luisa me deu um selinho.
- Vamos Jack. Agora. – Falou Livi, me puxando pelo braço.
Nos despedimos de todos, e fomos embora. No carro, Livi falou:
- Você é uma safada!
- Eu? Por que diz isso?
- Porque você gosta de ter várias mulheres suspirando por você. Como Marcela, e a loira oxigenada que foi te visitar no Jornal. Agora aquela perua mentirosa.
Gargalhei.
- Por que está rindo?
- Você está falando de Denise?
- Se Denise é o nome da loira oxigenada, sim! Estou falando dela. Marcela, Denise, Luisa... Quantas mais, hein, Jackeline?
- Livi, você está com sintoma de ciúmes.
- Eu não tenho ciúmes! Ainda mais de você.
- Tem sim! Está se corroendo por dentro, mas não dá o braço a torcer.
- Cala a boca, Jackeline!
Parei o carro em um acostamento, tirei meu cinto de segurança e fiquei sobre Livi.
- Você quer que eu cale a minha boca?
- Adoraria!
- Só tem uma maneira de isso acontecer.
- E qual é?
- Te dando um beijo.
- É?
Livi fechou os olhos, abriu levemente a boca e sua respiração mudou. Fiquei olhando para ela por alguns segundos. Ela abriu os olhos e falou:
- Não vai me beijar?
- Vou! Se você me pedir.
- Não vou pedir nada.
- Tudo bem.
Voltei para o meu lugar, coloquei o cinto, liguei o carro e saí.
- O que está fazendo, Jack?
- Vou te levar para casa.
- Mas... E... Você disse que ia...
- Te beijar? Não! Eu disse que a única maneira que teria para eu calar a boca era te beijando. Mas você não quer.
- Não quero?
- Não. Se quisesse, me pediria.
- Isso é ridículo! Não preciso pedir para que me beijem! Você não imagina quantas mulheres e homens adorariam me dar um beijo na boca.
- Tenho certeza que sim.
- E você só vai me beijar se eu te pedir?
- Exatamente!
- Então, Jackeline, você nunca mais vai me beijar. Pode ter certeza disso.
Eu sorri. Adoro mulheres duronas, e sabia que Livi não ia resistir por muito mais tempo.
Ficamos em silêncio durante o restante do trajeto para o apartamento de Livi. Ela dormiu.
Quando chegamos, subi até o apartamento dela, e a coloquei na cama. Tirei suas sandálias, a cobri com o edredom, e ela me puxou, tentando me beijar na boca. Eu não deixei.
- Do que a perua estava falando, quando disse que a esperava esta noite?
- Livi, tente dormir.
- Responda minha pergunta, Jack.
- Não.
- Quero saber o que você e aquela mulher vão fazer esta noite.
- Acho que isso não é da sua conta.
- Jack, ela tem idade para ser sua...
- Mãe. Ok, você já me disse isso. Agora tente dormir.
Livi se virou de lado e antes de dormir, falou:
- Laura não me trocou por uma mulher mais jovem. Eu terminei o nosso relacionamento.
Livi terminou com Laura? Por que?
Eu queria ir me encontrar com Luisa, mas achei melhor tomar conta de Livi. Acabei dormindo no sofá que havia no quarto dela.
- Você dormiu aqui?
- Dormi sim.
- Por que?
- Você estava muito bêbada ontem, e eu fiquei para o caso de você precisar de mim.
- Obrigada!
Ela entrou no banheiro e tomou banho. Vendo que ela estava bem, fui embora.
Cheguei em casa, tomei banho, me vesti e preparei o café da manhã. Era domingo, o pior dia da semana. Vi a programação da TV a cabo e assisti a um filme. Passei o resto do dia vendo televisão.
Passaram-se alguns dias. Em uma tarde de sexta-feira, um pouco antes de ir embora, Marcela veio falar comigo.
- Ela me ligou, Jack. Vamos nos encontrar hoje.
- Denise? Isso é muito bom!
- É. Vamos ver.
- Desejo muita sorte para vocês.
- Obrigada!
Nesta noite fui para a boate me encontrar com amigos. Conheci uma garota que tinha os cabelos mais vermelhos que o sol. Cabelos quentes, corpo quente, desejo quente, beijo quente. A garota e eu ficamos juntas na boate, mas eu não quis ir com ela para cama. Eu precisava parar com isso, dar um tempo e... “Investir” mais em Livi.


Mais uma semana se passou, e mais um final de semana na boate. Cada dia eu “pegava” uma garota diferente, mas sem sexo, só beijos e carícias. Em uma dessas noites, encontrei Livi na boate. Vi quando ela foi para o banheiro e a segui. Ela estava saindo, quando falei com ela.
- Oi, Livi!
- Oi.
Ela estava deslumbrante! Maravilhosa! Cheirosa! Linda! Aproximei-me dela, colocando-a contra a parede.
- Você está um tesão!
- O que? Como você se atreve a falar desse jeito comigo?
- Desculpe! Não resisti!
Eu estava saindo, quando ela me puxou.
- Jack...
- Sim?
Nossos rostos estavam bem próximos. Por pouco não a beijei.
- Fala, Livi!
- Nada.
- Ia me dizer algo?
- Sim. Quer dizer... Não.
- Ok.
Saí, deixando Livi no banheiro. Voltei para a garota com quem eu estava. Dançamos, bebemos, nos beijamos... Como eu queria que aquela garota fosse Livi!
Fomos para o bar pegar outra bebida. Passamos por Livi, e nossos olhos se cruzaram. Seus olhos azuis me enfeitiçavam! Seu olhar me fascinava! Sua boca me seduzia! Eu tinha que conquistar essa mulher!

CONTINUA...




RM

"Qualquer semelhança com nomes e acontecimentos, terá sido mera coincidência. Não são fatos reais”.

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